
Enquanto as redes sociais celebravam as conquistas do cinema brasileiro em Cannes, com Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho em destaque, o Partido dos Trabalhadores (PT) amargava um retumbante fracasso em sua mais recente investida digital. Lançada no dia 22 de maio, a campanha “Estou com Janja” buscava defender a imagem da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, após críticas envolvendo sua fala sobre a regulamentação das redes sociais durante uma reunião com o presidente chinês Xi Jinping.
A iniciativa, no entanto, não apenas falhou em conquistar relevância como foi amplamente ignorada pelo público. A hashtag sequer figurou entre os assuntos mais comentados do X (antigo Twitter), permanecendo restrita a uma bolha de apoiadores mais fiéis. No Instagram, a adesão foi ainda mais tímida: menos de 100 publicações utilizaram a marcação, um índice irrelevante para uma campanha de alcance nacional.
Indicadores como o Google Trends reforçaram o fiasco: praticamente não houve qualquer registro de interesse ou busca significativa relacionada à campanha. O episódio expôs, mais uma vez, as deficiências do ativismo político digital quando conduzido de maneira improvisada e sem planejamento estratégico.
Especialistas apontam que o erro foi clássico: apostar na simples repetição de um slogan, sem construir uma narrativa convincente ou estabelecer uma conexão emocional real com os usuários. O PT, segundo analistas, reincidiu em uma fórmula antiquada de comunicação de massa, desconsiderando as dinâmicas e exigências específicas do ambiente digital, onde autenticidade, timing e engajamento são essenciais.
Além da falta de espontaneidade, a escolha do momento também foi alvo de críticas. Tentar impulsionar uma pauta polêmica enquanto o debate público estava focado em outros acontecimentos de grande apelo evidenciou uma falha grave de avaliação estratégica.
O resultado foi um constrangimento público: a campanha não apenas fracassou em proteger a imagem de Janja, como ainda a deixou mais vulnerável a críticas e ao deboche. Para analistas, o episódio reforça um alerta importante: a comunicação política nas redes sociais exige profissionalismo, sensibilidade e compreensão profunda das lógicas digitais.
Este caso serve como exemplo claro de que, sem essas competências, qualquer tentativa de mobilização pode terminar esvaziada e irrelevante.