
Uma operação da Polícia Civil resultou na prisão de um homem no distrito de Aldeia, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, após a descoberta de uma produção irregular de derivados de cannabis. Apesar de possuir autorização judicial para o cultivo de maconha com fins terapêuticos, o suspeito mantinha uma estrutura que excedia amplamente os limites legais.
Segundo as autoridades, o homem estava autorizado apenas a cultivar maconha em até cinco metros quadrados, utilizando no máximo nove vasos por metro quadrado e produzindo uma quantidade diária limitada a cinco gotas de óleo de canabidiol. No entanto, o que foi encontrado no local indicava uma operação de grandes proporções.
Durante o flagrante, a polícia apreendeu mais de 70 quilos da planta e mais de 10 litros de óleo de canabidiol já processado. Além disso, duas estufas com 41 e 114 pés de maconha, algumas plantas ultraando dois metros de altura, foram localizadas — uma delas climatizada e com iluminação especial. Uma terceira estufa ainda estava em construção e contava com equipamentos industriais, prensas elétricas, pipetas, potes para armazenamento e dispositivos de controle de temperatura.
A delegada Thayná Fioresi, da 3ª Delegacia de Repressão ao Narcotráfico, destacou que o investigado usou um habeas corpus para obter o direito ao cultivo com fins medicinais, mas teria desviado completamente do propósito autorizado. A suspeita é que a produção estivesse voltada para comercialização ilegal do óleo de cannabis, atividade para a qual ele não possuía permissão.
O flagrante foi homologado em audiência de custódia e, embora o suspeito tenha sido solto sob liberdade provisória, a investigação segue em curso. A polícia terá um prazo inicial de 30 dias, prorrogável, para apurar os destinos do material e possíveis compradores, além de tentar a revogação do salvo-conduto judicial que permitia o cultivo.