
O ex-deputado estadual Eduardo Porto está na mira das investigações da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União, que apuram a atuação de uma organização criminosa especializada em fraudes licitatórias em diversos municípios de Pernambuco. Ele é apontado como um dos principais articuladores do esquema desbaratado pela Operação Firenze, deflagrada na última quinta-feira (5).
As investigações, iniciadas em 2023, revelam que o grupo teria movimentado aproximadamente R$ 800 milhões em contratos de terceirização de mão de obra entre 2021 e 2024, envolvendo prefeituras e o governo do estado. Desse total, cerca de R$ 214 milhões são oriundos de recursos federais.
Eduardo Porto, que é irmão de Álvaro Porto (PSDB), atual presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), e tio do conselheiro Eduardo Lyra Porto, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), também teve seu filho, Eduardo Porto Júnior, incluído entre os alvos da operação.
De acordo com a CGU, a primeira denúncia surgiu a partir de um contrato firmado com a prefeitura de Timbaúba, onde uma empresa do grupo investigado foi contratada de forma supostamente irregular. A apuração revelou que somente empresas vinculadas ao núcleo empresarial do esquema participaram da licitação.
O contrato em questão gerou rees de R$ 39 milhões à empresa investigada nos últimos quatro anos. Ao menos R$ 10 milhões desse montante teriam sido pagos com verbas federais. Há ainda indícios de que parte da movimentação financeira feita pelos envolvidos apresenta características de lavagem de dinheiro.
As autoridades seguem aprofundando a análise dos dados coletados, com o objetivo de identificar a totalidade dos envolvidos e o caminho percorrido pelos recursos públicos desviados.