
Entre janeiro e maio deste ano, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou forte desgaste nas redes sociais, culminando na perda de 1 milhão de seguidores em seus perfis oficiais, segundo levantamento da agência Ativaweb. A queda na base digital reflete o impacto de uma série de episódios negativos envolvendo a gestão federal e figuras próximas ao presidente.
Somente em abril, após a deflagração da operação da Polícia Federal contra fraudes no INSS — que revelou um esquema de descontos indevidos em aposentadorias —, Lula perdeu cerca de 240 mil seguidores. Naquele mês, dos 2,8 milhões de comentários registrados nas plataformas digitais, 79% apresentaram teor negativo. Palavras como “roubo”, “despreparo” e “omissão” foram predominantes nas interações.
O ambiente de críticas se manteve intenso em maio, quando o anúncio do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) provocou nova onda de rejeição. A perda foi de mais 190 mil seguidores, e o índice de menções negativas subiu para 89%. O impacto foi mais expressivo no Nordeste, tradicional reduto do Partido dos Trabalhadores (PT), que concentrou 28,4% das críticas.
A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, também contribuiu para o desgaste. Durante um jantar oficial com o líder chinês Xi Jinping, sua declaração sobre os supostos efeitos nocivos do TikTok gerou 73% de rejeição entre os usuários. Mais adiante, ao demonstrar simpatia pelo modelo de censura adotado pelo governo chinês, voltou a ser alvo de críticas: 35% das menções foram negativas, enquanto apenas 13,6% tiveram tom positivo.
Os números refletem uma queda acentuada de apoio virtual ao governo e acendem o alerta sobre a percepção pública nas redes, especialmente em um momento de alta sensibilidade política e econômica.